Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Couepia schottii (CHRYSOBALANACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: BAHIA, municípios de Porto Seguro (Duarte 8005), Uruçuca (Mori 13065) e Una (Santos 309); ESPÍRITO SANTO, municípios de Linhares (Kuhlmann 160) e Pedro Canário (Cavalcanti 279); RIO DE JANEIRO, municípios de Macaé (Farney 3440), Rio das Ostras (Ribeiro 1064), Rio de Janeiro (Souza 635) e Saquarema (Araujo 9650).
Árvore com até 21 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por oiti-boi ou milho-torrado-da-folha-larga, foi documentada predominantemente em Restinga arbórea ou Floresta Ombrófila litorânea associadas a Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição relativamente ampla, porém restrita a fitofisionomias florestais severamente fragmentadas e AOO=76 km². Suas subpopulações são aparentemente abundantes, dependendo da localidade (Giaretta et al., 2013; Magalhães, 2018; Ribeiro, 2012; Sá and Araujo, 2018). Apesar de frequente e bem coletada, inclusive dentro dos limites de áreas protegidas, a espécie é quase endêmica de Restingas da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, não tendo sido documentada com frequência distante do litoral. A Restinga onde C. schottii ocorre é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981). Especulação imobiliária, extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola e expansão urbana, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico constituem intensas ameaças às Restingas e suas formações florestais em ambos os estados (Rocha et al., 2007). As áreas próximas ao litoral fluminense, estão sob alteração da qualidade do habitat e da conversão desses em outros biótopos. Existe intensa expansão imobiliária, como loteamentos, ainda crescimento urbano, intensa atividade turística, conversão de terras para agricultura, crescimento de espécies exóticas invasoras dentre outras atividades cuja fragmentação é notória na visualização de aplicativos de mapas (Kropf et al.,2006). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10% (Lapig, 2019; SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Nos estados de ocorrência, restam entre 11%-18% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE,2019). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos, perpetuando em todos os estados de ocorrência de C. schottii a prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). Em todos os municípios em que a espécie ocorre, a conversão de florestas em pastagens varia entre 14%-70% da área total dos municípios (Lapig, 2019). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018). Assim, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat. Neste cenário, C. schottii foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção novamente. Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
A espécie foi avaliada como Vulnerável (VU) à extinção na lista vermelha da IUCN (Varty, 1998). Posteriormente, avaliada pelo CNCFlora/JBRJ em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (EN) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após cinco anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | EN |
Árvore ou Arbusto conhecida popularmente como oiti boi, milho torrado da folha larga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Folhas oblongas, estípulas e brácteas caducas (Prance, 1972).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat | past,present,future | regional | very high |
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat | past,present,future | national | high |
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10%(SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,occurrence | past,present,future | regional | |
O município de Uruçuca com 51003ha tem 0,18% de seu território (95ha) transformado em agricultura. (Lapig2018). A Reserva Biológica de Una está inserida num mosaico ambiental onde fragmentos florestais de diversos tamanhos (de 100 a maisde 800 ha) estão imersos numa matriz complexa onde podem ser encontradas pastagens de gado,fragmentos de floresta, seringais, piaçava e plantações de cacau (Alves, 2005) Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000ha de cobertura florestal (Paciência; Prado, 2005), 40.000ha em estágio inicial de regeneração e 200.000ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma cacao L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianeensis Jacq.) (Alger; Caldas, 1996). Especificamente em Una, 27% da cobertura florestal é ocupada por pasto, 15% de floresta em estágio inicial de regeneração, 6% de plantação de cacau e 2 de plantação de seringa (Pardini, 2004). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciência; Prado, 2005). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat,occurrence | past,present,future | regional | high |
O município de Uruçuca com 51003ha tem 2,3% de seu território (1209ha) transformado em pastagem. (Lapig2018). O município de Una com 122171 ha tem 8,1% de seu território (10194 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Macaé (RJ), com 121622 ha, tem 45583 ha (37%) de seu território convertidos em pastagens (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na APA DE GRUMARI (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CARAPIÁ (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL COSTA DE ITACARÉ/ SERRA GRANDE (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MASSAMBABA (US), FLORESTA NACIONAL DE GOYTACAZES (US), MONUMENTO NATURAL MUNICIPAL DO PICO DO ITAGUARÉ (PI), PARQUE ESTADUAL DA COSTA DO SOL (PI), PARQUE NACIONAL RESTINGA DE JURUBATIBA (PI), PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE GRUMARI (PI), REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA (PI). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como "Em perigo de extinção" e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5 Law & policy | needed |
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Vale do Paraíba - TER30, Território Rio de janeiro - TER32, Território Espirito Santo - TER33, Território Itororó -TER35. |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação. | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU) à extinção, na lista vermelha da IUCN (Varty, 1998). | |
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |